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  • Foto do escritorMV Giovana F. Esmanhoto Arazaki

Cachorro pode comer couve?


Aprenda como usar folhas de vegetais na alimentação do pet!


Hoje eu resolvi falar sobre um assunto que pode ajudar (e muito) na alimentação do seu pet: a inclusão de folhas vegetais na dieta!


Esse alimento é importante, principalmente, para garantir a quantidade necessária de fibras para o organismo, auxiliando no trânsito intestinal.


Créditos: a incrível Connie, filha da fotógrafa Mayane Sabino

Carnívoros na natureza conseguem seu aporte de fibras ao ingerir parte do conteúdo estomacal da presa. Por isso, as folhas trituradas são uma maneira de mimetizar esse conteúdo.


Além disso, elas são ideais para dietas hipocalóricas, ou seja, na alimentação dos pets que precisam emagrecer. O alto teor de fibra, presente nas folhas, faz com que a glicemia não se eleve na forma de picos, e sim de forma lenta e gradual, auxiliando no processo de emagrecimento. Elas também são ricas em magnésio - que ajuda na contração muscular e na saúde cardíaca; antioxidantes, como o indol-3-carbinol no caso das crucíferas (couve, rúcula, agrião), que tem atividade confirmada na prevenção do câncer; além de outras vitaminas e minerais.


As folhas verdes também são ricas em clorofila, que ajuda o fígado a desempenhar sua atividade no organismo e no processo detoxificação, eliminando do corpo de impurezas, como metais pesados, resíduos de produtos químicos e medicamentos.


Já na visão da dietética chinesa (ramo da medicina tradicional chinesa - MTC - que usa alimentação como tratamento e prevenção de doenças), os alimentos na cor verde - assim como os alimentos azedos - são indicados para tonificar o fígado.


De acordo com a medicina chinesa, esse órgão é o responsável por enviar energia para a medula óssea e estimular a produção de sangue (Xue). Por isso o consumo de folhas verdes é especialmente indicado em casos de anemia.


Além disso, assim como na medicina ocidental, na MTC as folhas também são vistas como agentes de desintoxicação, já que elas servem para limpar o sangue e movimentar a energia (Qi) estagnada no fígado.



Quais folhas podem ser usadas na dieta?


Diversas folhas podem ser usadas na dieta do seu cão: folhas de couve, rúcula, agrião, mostarda, espinafre, acelga, escarola e chicória são alguns exemplos.


Mas aqui tem uma dica para ajudar a economizar: folhas menos convencionais como folhas de couve-flor, brócolis, beterraba, rabanete e cenoura, são igualmente nutritivas. Às vezes, no verdureiro ou em feiras livres, você as encontra de graça, de pessoas que compraram o vegetal e não quiseram as folhas!


Aproveitar essas folhas menos convencionais é uma opção mais econômica e evita o desperdício de comida.


Ah e nada de jogar os talinhos fora viu? Talos de couve, brócolis, da folha de beterraba…. tudo entra pra dieta!



Qual a quantidade ideal?


A quantidade ideal varia de uma dieta para outra e vai de acordo com o recomendado pelo veterinário. Contudo é importante lembrar que sempre é uma quantidade pequena.

Por exemplo, se tem 100g de vegetais para colocar na marmita do cão, você não vai colocar 100g de folhas! Isto porque o excesso de fibras pode resultar na formação de muco nas fezes. O recomendado, geralmente, é inserir aproximadamente 3% do peso total da dieta.



Como servir as folhas?


No caso de cães jovens e com boa digestão, as folhas podem ser servidas cruas e trituradas (ou beeem picadinhas).


Para cães idosos ou com digestão delicada é recomendado refogar ou cozinhar levemente as folhas e picar.


Não faça rolinhos e fatie a folha, dessa forma seu cão pode engasgar comendo e regurgitar a comida.


Outro ponto importante é que, no caso do espinafre, ele sempre deve ser cozido em água antes de ser servido ao cachorro, devido ao teor de ácido oxálico presente no alimento. A água do cozimento deve ser descartada. O mesmo vale para a ora-pro-nobis! Ambos podem ser inseridos na categoria das folhas até 2x/semana.


E lembrando, todas essas recomendações são para cães saudáveis. Se seu cão faz uso de uma dieta terapêutica, consulte o veterinário que elaborou e acompanha a dieta sobre a possibilidade de incluir as folhas no cardápio.





MV Giovana F. Esmanhoto Arazaki

Médica Veterinária

CRMV-PR 15.170

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